Narcolepsia
É uma sonolência
levada a um extremo quase inacreditável. O narcoléptico não tem controle
sobre o seu ritmo sono/vigília, pelo que é muito difícil senão
impossível evitar adormecer subitamente. Esta situação inevitável e
involuntária pode ocorrer no meio de uma reunião importante de negócios,
na condução de um automóvel, numa actividade de responsabilidade
laboral, ou até durante uma actividade sexual. Nas fases mais graves de
narcolepsia os ataques de sonolência que se processam durante o dia
podem durar 15 a 20 minutos. Obviamente a Narcolepsia pode acarretar
perigo de vida, além de ser social e psicologicamente limitativa. A
acrescentar aos seus inúmeros problemas os narcolépticos podem também
sofrer de
Catalepsia,
que é o estado físico peculiar em que os músculos do rosto, do corpo e
dos membros se mantêm numa posição semi-rígida. A catalepsia pode durar
de segundos a várias horas, durante as quais nem a expressão nem a
posição se alteram por muito incómodas que sejam. Às tentativas para
mudar-lhe a posição a pessoa oferece resistência… Este estado pode
ocorrer, segundo a medicina convencional, em crises de esquizofrenia, ou
histeria, ou também por vários tipos de doença cerebral orgânica, como
por exemplo um tumor. À a acrescentar que a catalepsia nem sempre ocorre
por distúrbios de sono como a narcolepsia.
Uma situação de
narcolepsia pode ocorrer em momentos de emoção violenta como a cólera ou
o riso; a pessoa perde o domínio muscular e entra em colapso, embora se
mantenha totalmente consciente. Tendo em consideração todos estes
sintomas, o facto de muitos narcolépticos experimentarem formas de
paralisia ou de alucinações imediatamente antes de adormecerem leva
alguns cientistas investigadores do sono admitirem que a narcolepsia
envolva os mesmos processos cerebrais que regem o sono REM ou onírico.
Muitos investigadores científicos admitem que a faculdade que o cérebro
tem de paralisar o corpo durante o sono REM – o que nos impede de
representar com o corpo aquilo que sonhamos – essa faculdade está
descontrolada produzindo paralisia e sono em qualquer altura e em
qualquer lugar.
A Narcolepsia tem
incidência familiar, e os investigadores prosseguem na identificação de
genes responsáveis. Ainda não se conhece cura para esta perturbação
parassonal, mas sabe-se que há certos produtos que atenuam as crises,
limitam os ataques, e psicoterapias em todos os casos já apontados. No
controle da catalepsia a medicina utiliza certos anti-depressivos.
Nos indivíduos
que sofrem de narcolepsia ocorre com mais frequência uma outra
perturbação que é a
Paralisia do Sono,
que é uma sensação de incapacidade de se mexer na altura em que se
adormece ou acorda. A experiência pode ser acompanhada de alucinações
assustadoras em muitos casos. Embora alarmante a sensação da paralisia
do sono raramente perdura por mais de uns segundos.
Apneia
Um outro
distúrbio de grande importância é a Apneia durante o sono. A apneia é a
interrupção ou a paragem dos movimentos respiratórios de curta duração
que podem ir de 10 ou mais segundos. Analisando as causas sabe-se que a
respiração é um processo automático controlado pelo centro
respiratório localizado no bulbo raquidiano (sendo o
bulbo raquidiano a parte inferior do tronco cerebral); está situado no
crânio entre a protuberância e a espinal medula. A interrupção da respiração dispara um centro respiratório
localizado no cérebro para depois reiniciar novamente a respiração.
Estas apneias são de duração tão breve que geralmente não são recordadas
na manhã seguinte. Em vez de se queixarem de uma noite desassossegada,
as pessoas com apneia intensa durante o sono queixam-se de excessiva
sonolência durante o dia. A sonolência pode ser tão profunda que provoca
a ruptura do trabalho e da vida social, surgindo sono nas ocasiões mais
inconvenientes e podendo contribuir para acidentes com veículos
motorizados. Também podem surgir dificuldades de concentração e de
memória. Como este distúrbio rouba o oxigénio do corpo e do cérebro, as
pessoas que sofrem de apneia intensa durante o sono têm maior risco de
sofrerem problemas cardíacos, hipertensão, alterações psíquicas,
incluindo irritabilidade, agressividade e depressão, e também acidentes
vasculares cerebrais.
A
apneia obstrutiva
afecta um número calculado de 1 em cada 100 homens com idades
compreendidas entre os 30 e os 50 anos, a maior parte dos casos com
excesso de peso e ressonar pesado. No entanto, este distúrbio ocorre em
ambos os sexos e em todas as idades. Na apneia durante o sono de causa
obstrutiva, a razão mais frequente da dificuldade de respiração é o
excessivo relaxamento durante o sono dos músculos da abóbada palatina e
da úvula. Ao ficarem relaxados, estes músculos bloqueiam o trajecto do
ar tornando a respiração ruidosa e provocando um ressonar marcado.
Quando ocorre um bloqueio completo a respiração pára e a pessoa
adormecida torna-se silenciosa. Os estímulos para retomarem a respiração
levam os músculos do diafragma e do tórax a trabalhar; a desobstrução
das vias aéreas respiratórias é anunciada por um ofegar seguida de um
breve despertar quando a respiração começa. A apneia obstrutiva durante
o sono pode também ser causada por amígdalas e adenóides hipertrofiados
ou por alterações anatómicas individuais (como uma língua volumosa ou
vias aéreas respiratórias superiores de reduzido calibre).
Há outras formas
de apneia durante o sono, a
apneia central.
Não há obstrução das vias aéreas respiratórias, mas os músculos do
diafragma e do tórax não realizam o seu trabalho. Supõe-se que existe um
defeito de coordenação ao nível do centro respiratório cerebral durante
o sono. As pessoas que sofrem deste distúrbio parassonal experimentam
geralmente uma apneia de causa mista, na qual um período breve de apneia
central precede um período mais longo de apneia obstrutiva.
Como Tratar?
Procurar o emagrecimento no caso de excesso de peso, e especialmente
para o caso das pessoas que sofrem de apneia durante o sono. O álcool
não deve ser consumido nas 2 horas antes da pessoa se deitar e também
não é aconselhável tomarem comprimidos para dormir; ambos (álcool e
tranquilizantes) abrandam a actividade dos músculos da respiração e
podem contribuir para um agravamento da situação. Nos últimos anos
desenvolveu-se um tratamento efectivo: a respiração para ser correcta
envolve o uso de uma máscara sobre o nariz e a boca durante o sono. O ar
proveniente de um compressor de ar é administrado através da máscara
para as vias aéreas respiratórias superiores a fim de as manter
permeáveis. Por vezes administra-se oxigénio.
Intervenções
cirúrgicas, em alguns casos, incluem a remoção de
tecidos que bloqueiam a orofaringe das amígdalas ou dos adenóides
hipertrofiados, bem como acesso directo à traqueia (traqueotomia) que
permite a passagem do ar directamente para os pulmões, ultrapassando as
vias aéreas obstruídas.
A situação da
apneia chega a acontecer 500 vezes por noite, mas na manhã seguinte, a
pessoa raramente recorda com clareza as suas dificuldades de respiração.
Durante o dia sentem-se extremamente fatigados, sem se aperceberem
porquê.
Eis pois uma
doença a que se dá tão pouca atenção e da qual mesmo as pessoas comuns
deviam ter um pouco mais de cultura sobre estes assuntos que afectam
também tanto a saúde física como a psíquica.
É por essa falta de cultura, de conhecimentos
indispensáveis que tantos e tantos se sentem mal e não sabem porquê. A
Humanidade vive virada para uma vida fácil de mediocridade, futilidade e
frivolidade num egocentrismo simultâneo com tão pouca vontade por se
esforçar, por aprender mais e mais sobre a própria natureza humana, a sua
própria natureza para poder dar resposta a muitos porquês que
angustiosamente não entende!!!